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beijodelua

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REFLEXÕES, REFORMAS, VELHOS E JOVENS

17.01.17, beijo_de_lua

A propósito do que se diz e se inventa sobre as reformas, e a sustentabilidade das mesmas, resolvi escrever hoje a essse respeito e...ADORAVA que este meu post fosse lido por os nossos governantes e, principalmente, pelo nosso presidente.

Sim, porque todos eles sabem muito de política, de sustentabilidade(s), e de tantas outras coisas em que eu estou longe de ser especialista, mas, possivelmente, analisam as questões cerebralmente, economicamente, financeiramente, e esquecem-se de as analisar humanamente. Esquecem-se ou não querem, ou não podem, ou não estão interessados, ou... sei lá eu mais o quê!!! Mas eu, que sou uma simples cidadã, que os elege, que paga impostos, que arca com as suas decisões, que, tal como qualquer funcionário público,  é a primeira a sentir na pele as crises e os cortes orçamentais, e uma vez que o 25 de abril já se deu há uns aninhos, julgo-me no direito de falar o que penso.

Eu não percebo nada de política, mas questiono-me com base na lógica comum e aqui ficam as minhas reflexões.

Temos um país em que os jovens emigram, ou ficam desempregados até muito tarde. Os que emigram, ou têm altos estudos e não estão para se submeter a ficar em casa dos pais, sem iniciarem a sua vida adulta e responsável, ou têm poucos estudos e, entre ficarem  cá, sem perspectivas de futuro, ou irem tentar a sua sorte noutras paragens, muitas vezes optam pela segunda hipótese.

Dos que se acomodam e  ficam, pensando que ainda haverá esperança, a realidade dura mostra-lhes que, ao fim de 5,10, 15 anos, continuam a recibos verdes fictícios, sem qualquer vínculo perspectivas de estabilidade.

Os que ficam, entristecem e desmotivam. Murcham.

Os pais e os avós tentam suprir as suas necessidades e vão-se arrastando em trabalhos para os quais já não têm, muitas vezes, ânimo nem força física. 

Os jovens, que deveriam ser a força motriz do nosso país, seguem as pegadas dos nossos antepassados, que se viram forçados a viver em Bidonvilles para poderem sustentar-se e criar as suas famílias.

Desta vez, exportamos jovens que vão trabalhar e fazer os seus descontos lá fora, mas atenção: esses que hoje partem, já não pensam como os anteriores, não se matam  a trabalhar no estrangeiro para mandar o seu dinheiro para Portugal, para vir montar cá um negociozito ou fazer uma casinha na aldeia! Estes vão, fazem as suas vidas lá, e é lá que deixam o que ganham! Aqui, gastam se vêm de férias, quando vêm!

Desespera-se em Portugal!

Aos novos, com sangue na guelra, não se dá a hipótese de trabalhar.

Aos mais velhos, já esgotados da luta, impõe-se-lhes que trabalhem para lá dos 66 anos.

Nega-se aos jovens o sonho de iniciar as suas vidas e as suas carreiras como seres capazes e independentes. Investe-se no ensino de jovens que, depois, irão ser produtivos e contribuir para a riquezade outros países.

Põe-se a canga no pescoço dos mais velhos sob a ameaça velada, jamais pronunciada, que paira sobre as suas cabeças: se me reformo antes do tempo, não terei o suficiente para pôr pão na mesa, quanto mais para ajudar os meus filhos e os meus netos!

Arrastamo-nos, em Portugal.

Os mais velhos, para o trabalho, os mais novos para as filas do Centro de (Des) Emprego. 

Não há vontade para inverter esta situação.

Não há vontade para pensar que as pessoas, o povo, essa sim, é a nossa grande riqueza!

Ah, e o sol! Que graças a Deus não é controlado pelos governos, ou já teriam inventado uma forma de ele só nascer para alguns, em termos reais. Porque, no sentido figurado, cada vez mais o sol nasce só para uns quantos!

 

Eu não percebo de política, mas percebo de gente! E de justiça... ou da sua falta. 

Olhemos para o meu caso, que é um entre milhares. Sou professora desde os 22 anos e tenho  61. Tempo de serviço - 37 anos (alguém se lembra dos mini-concursos, em que só nos colocavam depois do Natal para não nos pagarem o subsídio de natal proporcional?).

Dizem que ainda tenho que dar aulas mais 5 anos.

E eu digo que estou cansada.

Que o meu lugar deveria ser dado a um professor mais novo.

Que poderia começar a pensar em organizar a sua vida.

Para que eu pudesse levantar-me um pouco mais tarde. Acender a lareira e ficar a fazer tricot. Ou a experimentar receitas novas. Ou a passear com as minhas netas. Ou a ler sossegadamente os livros que o tempo dedicado à profissão me impediu de ler. Ou a escrever. Ou a aprender a pintar ou qualquer outra coisa.

37 anos de uma profissão desgastante e importantíssima como é a de ser professor deveria merecer respeito. E não merece. As salas de professores,  hoje, parecem lares de terceira idade, não há renovação. Há cansaço.

Tudo seria diferente se houvesse esse rejuvenescimento e, obviamente, os professores mais velhos que quisessem continuar a trabalhar seriam bem-vindos. Mas deveriam ter a opção de ficar ou não. Merecem isso!

Creio que um professor deveria merecer, no mínimo, o mesmo respeito que um deputado, ao qual, como sabemos, bastam meia dúzia de anos para ter direito a uma reforma choruda. E depois, se continuar a trabalhar, terá direito a mais reformas, adicionais. Isto será justo? Dirão "um deputado está ao serviço do país, do Estado." E eu pergunto: e um professor não???!!! Há algum deputado, presidente, médico, engenheiro que tenha chegado ao cargo que ocupa sem os professores que o foram formando?

Nisto tudo penso eu, que nada percebo de política, mas que voto nos políticos.

E penso, e questiono, e esbracejo porque, apesar de tudo, ainda sou uma mulher de fé e de esperança.

Quem sabe, pode ser que algum político me leia e se questione: "será que poderíamos fazer algo diferente pelo nosso país, pela nossa gente?"

E eu, que não percebo nada de política, nem de sustentabilidade(s), responder-lhe-ia, sorridente "olhe que sim, Dr., olhe que sim!"

https://www.youtube.com/watch?v=TWaP-ApkJgs

 

 

HOMENAGEM AOS MEUS PAIS - DOMINGO DE CARNAVAL

09.01.17, beijo_de_lua

Após a morte de alguém importante na nossa vida, o que podemos fazer? Lembrar, sem dúvida, não os deixar morrer na memória de quem os conheceu, e a quem eles, de tão diversas e fantásticas maneiras, tocaram.

Nunca fui de ir a cemitérios, nem de mandar rezar missas por alma de...

Com o desaparecimento dos meus pais, contudo, sinto-me dividida. Vou ao cemitério, por obrigação, para manter as campas dignas, porém, isso não me vem da alma. O que eles foram não se encontra ali!

Então, com a ajuda da minha prima Rosária, pensámos que uma maneira de os homenagearmos seria encontrarmo-nos todos, família e amigos, num evento à volta da mesa. Eles, que tanto souberam receber, que tanto promoveram o encontro e a partilha à roda de todas as mesas que tiveram, em todos os sítios onde habitaram, certamente iriam gostar que os lembrassem assim.

Os meus pais fariam 62 anos de casados no dia 20 de fevereiro, mas eles gostavam sempre de lembrar que tinham casado no Domingo de Carnaval. Assim, este ano, no Domingo de Carnaval, faremos um almoço para os homenagear e lembrar como sempre foram: pessoas alegres, que adoravam estar junto dos seus familiares e dos seus amigos.

O almoço, seguido de Fados, terá lugar no Restaurante O Galinha, em Almeirim, da minha prima Paulina Mirão e do marido, Alexandre Silva.

Agradeço que olhem para este Post como UM CONVITE para que se juntem a mim na homenagem ao José Pelarigo e à Jacinta Castanheta Pelarigo,seres extraordinários a quem tive o privilégio de chamar pais.

Para mais detalhes, liguem-me ou contactem por Facebook. Por ora, só preciso de saber QUANTOS DE VÓS RESPONDERÃO SIM a este convite. Temos então encontro marcado para:

DATA : 26/2/2017

LOCAL: Restaurante  O Galinha .- Almeirim

Hora: 13:00 H

Meu Contacto: 914 627 698

 

Bem hajam!

 

POSITIVIDADE

03.01.17, beijo_de_lua

Mães e filhos parecem ter uma eterna ligação que, muitas vezes, se materializa em chamadas telefónicas, mais ou menos frequentes. Entre mim e a minha filha, elas são, praticamente, diárias. Ontem, liguei-lhe, ao final da tarde, para saber das minhas netas, que têm andado doentinhas. Conversa para aqui, conversa para ali, e, de repente, diz-me ela:" Mãe, já li o último post do teu Blog e estou muito triste contigo! Só falas de coisas más, até parece que nada aconteceu de bom!(...) Quero ler-te positiva!" 

Vai daí, há que escrever a minha primeira encomenda: um post positivo, pois então! Agora que reflito nas suas palavras de protesto, dou-lhe inteira razão...mas nem sempre o que sentimos, como nos sentimos, é razoável. E se comecei este ano com um pedido de desculpas, continuo com a expressão da minha gratidão para com a minha filha e todos aqueles que me amam o suficiente para não me deixarem escorregar para a zona cinzenta da vida.

Essa chamada de atenção levou-me a tomar algumas decisões, nomeadamente no que diz respeito às redes sociais  e aos media: não irei partilhar algo que seja negativo ou triste, não verei notícias de catástrofe, não começarei os meus dias a ver noticiários deprimentes. Basta-me ver um telejornal, à noite, para não perder o  pé do que se vai passando no mundo. 

Este vai ser o ano em que não faço qualquer questão em conservar aqueles "amigos" do FB que só falam de desgraças, que promovem a cultura do "desgraçadinho" ou do "jeitosinho". ´Tão pouco irei manter aqueles que comentam tudo com frases sarcásticas ou arrogantes, ácidas. Estou farta, já chega! Tomei uma resolução semelhante há muitos anos atrás: não ir ao cinema ou a qualquer outro espetáculo para sair de lá deprimida, amarrotada na alma. Mantenho essa resolução até hoje, escrupulosamente. 

Sempre me tomei por uma pessoa positiva, otimista, aquela que, como diz o anúncio,"vê sempre o copo meio cheio", e não me apetece nada mudar! Haverá quem pense que estou errada, que pareço estar a recusar ver a vida/as pessoas tal qual são, que me estou a alienar da realidade. E, a esses, eu pergunto: ver notícias chocantes de mortes e assassinatos contribui positivamente em quê para os meus dias? Será que eu posso mudar  o facto de um tresloucado irromper por um local de culto, ou numa sala de espetáculos e chacinar centenas de pessoas? Pois bem, aquilo que eu não posso mudar, ou contribuir para a sua melhoria, não tem de me entrar pela casa dentro sem a minha autorização! Dentro das minhas paredes, sou eu quem governa, por isso, a tirania dos media, o sensacionalismo barato das pseudo notícias não se instalarão comigo à mesa do jantar. Para além desta decisão, e já que quase toda a gente fala de projetos de ano novo, eu também tenho os meus, simples assim:

1) Manter perto de mim quem aí quer ficar;

2) Deixar ir quem não me valoriza e o que não me faz falta;

3) Viver cada dia em paz, comigo e com os outros;

4) Cuidar de mim, a nível físico, mental, espiritual ;

5) Viajar;

6) Ser grata.

 

https://www.youtube.com/watch?v=bIwS4Ahnup4

 

 

 

 

2017 - COMEÇO POR PEDIR DESCULPA

01.01.17, beijo_de_lua

Finalmente, 2016 chegou ao fim! Foi um ano muito difícil para todos nós, enquanto família. E 2015 não foi melhor. Pensando bem, nem 2014, nem 2013, nem mesmo 2012 foram anos bons.

A doença da minha mãe, as operações, as radioterapias, a braquiterapia, os internamentos...

Ver o meu pai a emagrecer, a enfraquecer, a não se conseguir debelar a sua incapacidade de fixar o ferro no organismo, as transfusões, as anemias, o entra e sai do hospital, os exames...

2015 trouxe-nos a grande machadada: a súbita morte do meu pai, a 13 de Julho.

A partir daí, a minha mãe desistiu completamente de viver. Esse processo arrastou-

-se por 15 dolorosos meses, que culminaram com a sua morte a 24 de outubro deste ano.

 Desde então, tenho tentado reencontrar o meu chão, mas não está a ser fácil.O Natal e final de ano de 2016 apanharam-me nessa tentativa, enredada numa tristeza e melancolia que me retirava qualquer vontade de fazer muitas das coisas que prezo e que sempre começaram por lançar os dados das festividades natalícias na nossa casa.

Não me sentia nada festiva, e não fui capaz de fazer o que sempre faço: desejar Boas Festas e felicidades aos meus amigos e familiares. Por isso, começo 2017 por lhes pedir desculpa e por lhes dizer, aqui, que me sinto uma privilegiada por os vossos nomes fazerem parte da minha lista telefónica! Bem hajam por fazerem parte da minha vida! Tenham um 2017 inesquecível! 

https://www.youtube.com/watch?v=0AIlz08fZos