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beijodelua

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MARIA JOSÉ RITA: UMA SENHORA ENVERGA A BANDEIRA NACIONAL

30.06.04, beijo_de_lua
O jogo decorria, e eu pregada ao televisor, roendo as unhas - que habitualmente é coisa que não faço - e observando tudo.
Eis senão quando, uma câmara foca uma SENHORA, na bancada VIP, envergando nem mais nem menos do que a Bandeira Nacional, em forma de camisola. Até aqui, nada de novo: havia camisolas aos milhares no Alvalade XXI.
Porém, esta é uma pessoa especial.
Não posso deixar de abrir a boca de espanto: é Maria José Rita!
Palavras para quê?
Tiro-lhe o chapéu, Senhora Primeira Dama: só uma mulher de fibra teria a ousadia, a rebeldia, de "vestir a camisola" de todos nós, assim, em público, para que milhões a vissem, assumidamente connosco, selecção e povo!
Parabéns pela coragem, pelo sorriso alegre, e por demonstrar que afinal não é apenas a mulher do nosso Presidente!

Com mulheres assim a apoiar a selecção de todos nós, quem teme a finalíssíma do próximo domingo????

Eu não!!!!!

Beijinhos enluarados




PÁTRIA

30.06.04, beijo_de_lua
Parece-me bem a propósito este poema de Miguel Torga que me apetece partilhar convosco


PÁTRIA

Soube a definição na minha infância
Mas o tempo apagou
as linhas que no mapa da memória
a mestra palmatória
desenhou.

Hoje
Sei apenas gostar
dema nesga de terra
debruada de mar.




Miguel Torga

MENOS AIS MENOS AIS MENOS AIS Q'REMOS MUITO MAIS!!!!

30.06.04, beijo_de_lua
Ai que o nervoso aperta-me o estomago, a ansiedade pôe-me as pernas bambas e não sei bem o que aqui estou a fazer, pois acho que nem serei capaz de pontuar bem este artigo, tal o turbilhão que aqui vai. Mas como o povo é sereno( onde é que eu já ouvi isto????), ganharemos. Como a alegria é contagiante, subversivamente epidémica, cantaremos o Hino até que a voz nos doa ( ena pá, isto hoje está mesmo a ser uma citação plagiadora pegada, mas adiante( leia-se adiente, pa rimar) qu' atrás vem gente)!
E com esta me vou, arranjar a petisqueira para comer no intervalo, que hoje não há jantar pra ninguém!

QUE PERMANEÇAM AS BANDEIRAS

30.06.04, beijo_de_lua


Vou mais uma vez falar de futebol, do Euro. E falo hoje, apelo hoje, dia em que sabemos que o 1.º ministro de Portugal vai para Bruxelas, esquecendo-se do compromisso que tomou para com todos os portugueses. Eu nem sequer sou suspeita, pois não votei no Sr. Barroso. Mas é uma questão de princípio, de moral. A vaidade pessoal não deve sobrepor-se ao serviço público, que enche a boca de todos os governantes quando essa postura lhes traz votos susceptíveis de ganhar eleições. Mas nada disto é novo, portanto, adiante.
Resta-nos a SELECÇÃO.
Amanhã, joga-se uma partida decisiva, como todos sabemos. Podemos passar ou não, jogo é isso mesmo: indecisão até ao final, um tudo-pode-acontecer.
Por mim, confio que seguiremos adiante.Mais: até tenho os meus prognósticos de finalíssima a disputar-se entre PORTUGAL e a República Checa - é assim uma intuição, vá-se lá saber porquê!
E perguntarão vocês: então e depois, que é que queres de nós, teus leitores?
Pois meus caros, o que quero é fazer-vos um apelo: que aconteça o que acontecer, as nossas bandeiras permaneçam nas nossas varandas, nos nossos carros, até final do Euro, dispute-se a final connosco ou não. CONTINUEMOS A APOIAR até ao último dia.
Não sejamos como os políticos que dão o fora sempre que lhes surge algo melhor – o chamado tacho.
Sejamos coerentes e levemos até ao fim o nosso apoio incondicional a quem nos representa.
AH!! E que depois de todas estas coisas passarem, pois são efémeras, que em nós persista o sentimento de unidade e união.


Que tal passarem este apelo a todos os amigos, via e-mail ou mensagem por telelé? Ou dar-lhes o endereço deste blog, quiçá...
Adorava que a coisa se espelhasse e desse fruto...


BEIJO-DE-LUA

SURPRESAS ACONTECEM

28.06.04, beijo_de_lua
rubemalves.jpg

Numa manhã de Maio, fui, por convite de uma editora, ao lançamento de novos manuais escolares. Essas sessões são, regra geral, monótonas e entediantes, mas eu decidira ir por uma única razão: o orador convidado, Rubem Alves.
Entrei por volta das 10 horas e sentei-me na primeira fila, sítio onde a assitência normalmente só se instala se não houver mais lugar nenhum. Fiquei então bem na frente do escritor, professor , pedagogo, homem de cultura, para resumir.
Sorriso nos olhos, apontamentos na mão, uma caneta nas proximidades. Setenta anos num cocktail de alegria, sentido de humor, sabedoria...
Rubem Alves é uma força da natureza. Comunicador nato, esqueceu os apontamentos e falou de si, do ensino, da vida, de textos e de livros, da liberdade, de religião, das crianças, leu Pessoa... Regou tudo isso com um riso franco e uma simplicidade tocante, conduzindo-nos ao mundo da infância partilhada, do sorriso genuíno, das emoções. Relembrou-nos, não com palavras, mas com atitudes, que para se ser educador, pai, professor, não é necessário ser severo nem triste.
Durante aquela hora e meia, o orador deu-se, entregou-se, e a assistência rendeu-se. Ninguém deu pelo tempo passar.
Ao intervalinho para o café da praxe, olhava-se a gente entre estupefacta e incrédula...afinal, ninguém estava preparado para uma manhã de trabalho encantada e encantatória!
Quanto a mim, acredito solenemente que nada acontece por acaso e que o que é bom deve propagar-se epidemicamente. Por isso mesmo, aqui vos deixo algumas palavras, citadas de memória, pelo mestre Rubem Alves:


“ Todos temos à nossa disposição, dois tipos de ferramenta:ao úteis e as inúteis. As ferramentas úteis servem-nos sempre para alguma coisa: o martelo, o braço, os sapatos, a escola, o carro, o dinheiro...
Por outro lado, do lado das inutilidades, estão aquelas coisas que no mundo diário não servem para nada. E entre estas últimas, entre as inutilidades, estão:
Um pôr-do-sol
Um beijo
Um abraço
O riso
A alegria...."

Visitem o site do escritor : http://www.rubemalves.com.br
e estejam atentos, pois está para sair um novo livro, no mês de Julho, da responsabilidade da Asa Editores.

E já agora...não se esqueçam de ser subversivamente alegres e felizes! ;-)


“ A alegria (...) é uma linguagem de olhares; a alegria não convence, contagia. A alegria é poderosamente subversiva, porque é subversivvo o amor sem distinção que ela transmite.”

Susana Tamaro








...SÃO AS VOLTAS DA MARALHA...

28.06.04, beijo_de_lua
Eis-nos chegados ao ano de todas as emoções: do RockinRio Lisboa, do Euro2004, e do Barroso para Bruxelas. Isto tudo, depois do jogo de rebenta-corações da passada quarta-feira são emoções a mais para um povo como o nosso.
Enfim, lá diz o ditado que Deus escreve direito por linhas tortas, mas já agora podia ter entortado um pouco mais e ter-nos enviado para bem longe, em vez do Durão, a Ferreira Leite? Essa sim, é que nos dava um jeitaço vê-la pelas costas! E creio que nem seria preciso pedir para pôr lenços a acenar na despedida, que todos os portugueses se despediriam dela com lençol branco, no aeroporto, e rezariam à Virgem para que ela por lá ficasse de vez. Quanto ao Barroso...apetece-me apenas perguntar:o tacho de ser 1.º ministro é dispensável se aparece uma panela de maior prestígio? Sabe que mais? Eu tinha razão quando não votei em si, Dr. Sempre me pareceu dos que anda à cata de ventos de melhor feição, a bem da sua pessoa.
E com esta me vou.
VIVA PORTUGAL!

EURO 2004

13.06.04, beijo_de_lua
Nem sei como hei-de começar, mas o melhor mesmo é nem sequer falar da minha promessa não cumprida. É verdade, prometi escrever e não escrevi, prometi e falhei, nada há a acrescentar. Apenas a assumir. E eu assumo, como sempre, de resto. E peço desculpa a todos os que aqui vieram à procura de novas minhas e não me encontraram. Continuo a receber mails a dizerem que " o teu blog já era, já não lhe dás carinho e desvelo"... Mentira! Pode parecer...mas nem sempre o que parece é.
Bom, mas agora também não interessa falar mais disso. Aconteceu, assumi a minha culpa, pedi desculpas e agora o caminho é para diante, que viver no passado nunca deu bom resultado.

EURO 2004, ou a propósito dele...

O senhor presidente da República ficou contente por este simbolismo patriota das bandeiras nas janelas e nos carros, dizendo-se algo espantado e sublinhando que gostaria que esse nacionalismo não acabasse com o último jogo do EURO...

No telejornal de ontem, perguntava-se um jornalista, se por este simbolismo viria algum mal ao mundo...

Eu fico estupefacta com toda esta polémica, e sabem porquê? Porque creio que alguns de nós ainda se recordam de uma época em que se mandava gente para longe, além-mar, para morrer e para matar. E quantos regressavam, fazendo juz à canção "...vem numa caixa de pinho / do outro lado do mar / desta vez o soldadinho /nunca mais se faz ao mar", cobria-os a bandeira. Uma bandeira tecida de choro, de revolta, de amargura, de tristeza, de impotência, de solidão.
Depois, os anos passaram e fez-se da bandeira estandarte da revolução, paredes-meias com os cravos e os soldados. No renascer, na procura de quem seríamos enquanto povo, enquanto país, perdemo-nos de nós vezes sem conta.
Até que encontrámos a União Europeia. E aí, começámos a sentir-nos pertença de alguma coisa.
A maior parte de nós, do Zé Povinho, só percebeu o que se passava muitos anos depois, mas isso também não era importante. O que era importante é que já não estávamos "orgulhosamente sós". E como a solidão pesava na nossa memória colectiva...!
Depois, aos poucos, com furos do cinto cada vez mais apertados, descobrimos prazeres antigos: o Fado, nas vozes novas e nas velhas, os Santos Populares, e o Futebol, obrigatoriamente. Estamos a redescobrir-nos como povo, como nação, a passinhos de bebé, com uma auto-estima minúscula, mas no caminho desse desbravar de identidade. Andamos apavorados com o preço da gasolina, com o mês que sobra sempre, com o desemprego, com a educação, com a saúde, com o buraco do ozono, andamos apavorados, mas estamos aqui, e lutamos. Somos o que nos fomos fazendo ao longo destes séculos de História e o que de nós foram fazendo as mudanças de civilidade.
E hoje, neste primeiro dia dos jogos do EURO 2004, nós todos, Portugueses, vestimo-nos de bandeiras, de chapéus, de cachecóis das cores da nossa Pátria. E eu, que assisti ao jogo num sítio público, vi-os vibrar, ouvi-os cantar o hino com orgulho, e vi que não saíam cabisbaixos depois do 2-1 a favor da Grécia.
Somos derrotistas por definição, todos sabemos, mas talvez isso também esteja a mudar. Talvez - quem sabe! - estejamos a congregar-nos à volta da nossa Bandeira, e só precisemos de um pretexto qualquer para o assumirmos. Quer seja o Euro, o Fado, as Marchas, o Pirilampo Mágico, o RockinRio, o que quer que seja será bem-vindo, desde que nos faça crescer e ter orgulho de sermos quem somos: Portugueses!